2012/10/04

Querer e poder

Os analistas fizeram as contas e a conclusão parece ser unânime: o novo pacote, ontem anunciado pelo ministro Gaspar, mantém e agrava mesmo a desigualdade na divisão do esforço de recuperação da bagunça financeira do país.
O povo rejeitou a "solução" da TSU. Em resposta o governo apresenta um conjunto de medidas mais abrangente e ainda mais gravoso para a vida dos portugueses. A incoerência é manifesta, o embuste é total, a provocação é clara.
O povo tomou, entretanto, plena consciência de todas estas realidades. Colectivamente, algo fez "clique!" Não há retrocesso possível. O governo, porém, continua a agir como se o calendário marcasse ainda 14 de Setembro.
O povo não quer esta austeridade, o governo não quer outra austeridade. O conflito de interesses não oferece dúvida. O embate é inevitável.
Querer é poder, mas o poder reside e vai sempre residir no povo. Adivinhem quem é que vai então sair mal deste confronto...

1 comentário:

Anónimo disse...

Explica-me lá essa história da TSU. Ainda não percebi como é que o estado ia arrecadar, dizem, 500 milhões com a transferência de um desconto de 5% para a segurança social, que se deslocaria dos patrões para os empregados. A prosa oficial é a de que, tendo falhado este pequeno golpe-de-mão no bolso do zé escravo, a contrapartida passa por um saque de vários milhares de milhões via agravamento do IRS. Estou convencido de que esta escalada de violência do Sr. Gaspar, perfeitamente vidrado no compromisso que tem com os tubarões da banca internacional (até a vice-presidente da bancada parlamentar do psd admite que são quem lhes garante os ordenados), estava programada para este OE de 2013, mais escalão menos cláusula.
moz