2022/03/26

Por assim dizer (2)

 O resto é cinismo, conivência, cobardia, hipocrisia, complacência, corrupção e conluio.

7 comentários:

rui mota disse...

Uma vergonha civilizacional, o caso de Assange, ou a "double moral" dos EUA (ajudados pelo UK), que não perdoam a divulgação da verdade, apesar de imagens e notícias, que a wikileaks divulgou, nunca terem sido desmentidas. O mesmo se passa em relação ao caso de Edward Snowden, perdido algures em Moscovo...
Curiosamente, ou talvez não, em ambas os casos está a mesma personagem: Joe Biden, então vice-presidente e, agora, como presidente. O "Império" não perdoa aos dissidentes...

Carlos A. Augusto disse...

E como isto anda tudo ligado —mas os pacóvios ainda acreditam no que lhes vendem— eis um texto (cujo autor foi ocultado) que fala de outras paragens e de outros crimes...

«Entretanto, na Ucrânia, é «guerra por procuração», admite ex-funcionário da Casa Branca. Afirmou que existe uma «guerra por procuração» da NATO com a Rússia e que os soldados russos têm de «se render ou morrer» – «quantos mais e mais depressa, melhor».
«Segundo refere o portal multipolarista.com, tendo por base informações divulgadas na imprensa dominante, a administração de Biden enviou para a Ucrânia mais de 17 mil armas anti-tanque, incluindo mísseis Javelin, e 2000 mísseis anti-aéreos Stinger – alguns dos quais foram parar directamente às forças neonazis do Batalhão Azov.
«A mesma fonte indica que, depois de ter enviado para a Ucrânia, no final de Fevereiro, armas no valor de 350 milhões de dólares, a Casa Branca aprovou uma pacote de ajuda adicional no valor de 13,6 mil milhões de dólares, em Março, incluindo 6,5 mil milhões em apoio militar.
«Este antigo diplomata foi apoiante das invasões do Iraque e do Afeganistão, que também pedia a guerra com o Irão.
«Embora não esteja directamente no governo, Cohen trabalha para o "think tank" neoconservador Center for Strategic and International Studies (CSIS), que recebe fundos do governo, da indústria de armamento e das empresas de combustíveis fósseis.
«De acordo com o portal norte-americano, a «perspectiva ultra-belicosa de Cohen é bastante representativa dos falcões [da guerra] em Washington»...
... e «o seu artigo em The Atlantic permite vislumbrar de forma honesta como os planificadores imperialistas norte-americanos encaram a crise na Ucrânia: uma oportunidade para usar o povo ucraniano como carne para canhão numa guerra por procuração» contra a Rússia.
«Com indivíduos como este, a Paz não é para amanhã.
«Aliás sabemos desde sempre que o Império só pode subsistir com a guerra.»

rui mota disse...

Claro. O difícil é fazer a paz. Fazer a guerra é sempre o mais fácil. O pior é que estamos a entrar num novo Macarthismo, em que as opiniões tendem a dividir-se entre "bons" e "maus": quem não for pró-Ocidente, é acusado de "putinista", por definição. Desta forma, cria-se na opinião pública (que não passa da "opinião publicada") que só podemos ter uma opinião. Quem é contra os "dois" blocos (há mais) em disputa e pela paz é visto como uma "avis-rara", pois pensa "fora da caixa". Então, não se está mesmo a ver quem é o "mau" da fita? Entretanto, o único país que, até agora ganhou com a guerra, são os EUA: não participa com militares (boots on the ground), vende armas aos países da "Aliança" (o maior negócio de todos) e, agora, com as sanções à Russia, até vende petróleo e gaz liquefeito à Europa. É o que se chama "três em um". Melhor, era impossível. Isto, ainda está no principio e (independentemente do desfecho desta guerra), as consequências para a Europa vão ser devastadoras. Aconselho a excelente entrevista com Ian Bremmer (no "Público" de ontem) e a entrevista ao "Público Online" do Fernando Rosas (também de ontem).

Carlos A. Augusto disse...

Não estamos a entrar, estamos em pleno macarthismo! Desde antes do Macarthy! Agora é mais claro para quem queira ver. MAs este macarthismo aliás faz parte da manobra. Cria-se o lado dos bons e o lado dos maus (as vias são várias e a televisão é uma das mais poderosas) e, abracadabra!, o mau do bom desaparece logo. Isso é claro neste processo vergnhoso, que se está a passar perante o olhar do mundo, no caso do Assange.
O Biden já tirou, entretanto, a máscara. Já se tinha visto ao que vinha, há muito tempo, mas hoje, em Varsóvia, caiu completamente, ao gritar pela saída do Putin do poder. Uma tirada à cowboy, completamente oca (o Trump não faria melhor...) que a América vai ter de engolir. Como é que o Putin sairia do poder? Os marines vão lá fazer um golpe de mão, tipo Chile ou Honduras? Guerra mundial, mesmo? O que é que ele quer dizer com aquela tirada, que deve ter deixado os conselheiros em política internacional da Casa Branca em estado cataléptico? Que os meus oligarcas são melhores e eu não me importo que a Rússia não tenha clima para ser uma república das bananas? Ou já começou a fazer contas à aventura em que lançou o mundo?
Coitados dos russos, coitados dos ucranianos, coitados de todos nós (vem aí mais uma subida abrupta dos combustíveids!!) e coitados dos palermas que dão corda a tudo isto, por verem tudo a preto e branco. Nós devíamos estar a pedir o fim das oligarquias, não a dar o Oscar ao realizador do filme dos oligarcas de colarinho branco.

Carlos A. Augusto disse...

Só não adivinho a lotaria! Os conselheiros do Biden ficaram mesmo em estado cataléptico!
https://www.reuters.com/world/europe/white-house-says-biden-is-not-calling-regime-change-russia-2022-03-26/
E já agora, a propósito do Biden & Filho, veja-se este video do Russel Brand, a propósito das negociatas da empresa e dos interesses na Ucrânia e outros assuntos. Se calhar o Trump, de facto, até tinha razão...
Uma coisa é certa: a mulher de César já não é o que era.
https://youtu.be/NHNLNXq7r2U
(é copiar e colar os links)

Carlos A. Augusto disse...

Acrescente-se, entretanto, que este "desmentido" é uma treta. O Biden disse mesmo que o Putin não podia continuar no poder. A própria Reuters o disse... https://www.reuters.com/world/europe/biden-call-free-world-stand-against-putin-poland-speech-2022-03-26/

rui mota disse...

O "desmentido" deve-se às criticas que as declarações de Biden originaram, inclusive dos seus aliados (Macron) e da própria Casa Branca. Neste momento, Putin sabe que os EUA não querem entrar na guerra (Biden dixit) e que Biden o quer fora do poder (!?). Sendo assim, porque é que o ditador russo haveria de querer negociar com a Ucrânia ou com os EUA? Nada disto faz sentido.