2022/10/09

O DOC's está de volta!


Entre 6 e 16 de Outubro, está a decorrer a 20ª edição do DOC's Lisboa (Festival Internacional de Cinema) que mais uma vez regressa à capital lisboeta. 

Depois de dois anos de "menor visibilidade", devido à pandemia reinante, o DOC's regressa, com uma programação à altura da qualidade a que nos habituou, desde a sua criação, já lá vão uns bons vinte anos.

São mais de 300 documentários/filmes, entre obras em competição, primeiras obras, ciclos e retrospectivas diversas, que poderão ser vistos em sessões únicas e repetidas (a maior parte dos filmes), em salas tão diversas como o cinema S. Jorge, a Culturgest, a Cinemateca Portuguesa, o cinema Ideal, ou a sala Fernando Lopes, recentemente inaugurada e a funcionar na Universidade Lusófona. 

Como habitualmente, e para além dos filmes a concurso, divididos em duas secções distintas, respectivamente, "Competição Internacional" e "Competição Nacional", o Festival mantém as habituais secções: "Da Terra à Lua", "HeartBeat", "Riscos", "Verdes Anos", "Doc Alliance" e "Cinema de Urgência". 

Na secção "Retrospectivas",  destaque para o cinema de Carlos Reichenbach (Brasil) e para "A questão colonial" (esta, com enfoque nas guerras de libertação da Argelia e das ex-colónias portuguesas), em dois dos ciclos mais aguardados deste Festival. Para além dos filmes, haverá debates com os realizadores presentes, sobre as temáticas respectivas ("cinema novo" brasileiro em tempos de ditadura e lutas anti-coloniais em África). 

Outros menções, a atribuir pelo Festival, são o prémio para "Melhor Realizador", o prémio "Melhor Curta-Metragem até 40' ", prémio "Lugares de Trabalho e condições sociais", prémio "Práticas, Tradição e Património" e prémio "Fernando Lopes". Todos os filmes premiados receberão, para além do diploma respectivo, um prémio pecuniário como estímulo para futuras produções. 

Que escolher, entre tanta oferta, sabendo que a maior parte dos filmes não será distribuída e não voltará a passar no circuito comercial? Eis uma pequena lista de filmes, que não vimos e gostaríamos de ver: ""A Human Condition" (Louis Malle), "The Fire Within" (Werner Herzog), "I, a Negro" (Jean Rouch), "Mueda, Memória e Massacre" (Ruy Guerra), "Godard Cinema" (Cyrill Leuthy), ""Getúlio Vargas" (Ana Carolina Teixeira de Sousa), ""Lynch/OZ"  (Alexandre O. Philippe), "Invisible Hands" (Hugo Santos), "Everything will be OK" (Rithy Panh)...       

Entre estes títulos, não podemos deixar de destacar "Les mains invisibles" (Invisible hands), que passará no ciclo "Da Terra à Lua", do realizador português, residente em França, Hugo Santos. Uma sinopse possível: "Nos anos 1970, uma casa em Paris acolhia dezenas de desertores portugueses que se esquivavam à guerra colonial. Só os arquivos da polícia política portuguesa guardavam provas das suas actividades anti-coloniais. De personagem em personagem, reunindo testemunhos e imagens amadoras, reconstruo esta memória" (Hugo Santos).  

P.S. Declaração de interesses: porque conheci bem a casa referida no filme de Hugo dos Santos, não posso deixar de recomendar este documentário. A ver, desde logo. 

Bom Festival e Viva o Cinema! 

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