2008/01/12

Turismo Infinito

De vez em quando temos a oportunidade de ver um daqueles espetáculos que nos agarram, sem um momento de abrandamento, sem quase termos tempo de respirar. "Turismo Infinito" é uma produção do Teatro Nacional de S. João encenada superiormente por Ricardo Pais, que está manifestamente nesta categoria.
Um espetáculo construído a partir de textos de Fernando Pessoa que mostra como se pode produzir um objecto teatral de luxo e de grande intensidade e densidade dramatúrgica tendo sobretudo como matéria prima um enorme rigor e uma grande conjugação de talentos. Rigor e talento, aquilo que, simultaneamente, é necessário e falta a grande parte do teatro que se vai vendo por aí...
Destaque para o trabalho dramatúrgico de primeira água de António M. Feijó, para o soberbo grupo de actores e para o espetacular trabalho de voz, para o vigoroso dispositivo cénico de Manuel Aires Mateus, para o desenho de luz sensível de Nuno Meira, para os excelentes figurinos de Bernardo Monteiro e, muito em particular, para o precioso design sonoro do Francisco Leal.
O espetáculo vai estar no TNDMII até 26 de Janeiro, no Teatro Municipal de Faro, no dia 1/2 no Theatro Circo de Braga, no dia 15/2 e no Teatro Aveirense no dia 22/2. Não percam!

5 comentários:

i figueiredo disse...

Concordo inteiramente com tudo. Apenas só mais um pequeno pormenor: verdadeiramente extraordinários (de longe, o melhor de tudo) são os textos de Fernando Pessoa: escutei-os, uma vez mais, como se estivesse a ouvir, por exemplo, os últimos quartetos de Beethoven ou uma sonata para piano de Shubert. Absolutamente geniais!! O espectáculo é, objectivamente, a não perder!

Carlos A. Augusto disse...

São música, de facto, e para mim que sou músico foi assim mesmo que soaram.
Curioso não nos termos cruzado...

i figueiredo disse...

Provavelmente cruzámo-nos. Mas, com pena minha, nem sequer o conheço...
Um abraço.

Carlos A. Augusto disse...

Pena de facto...

Rui Rebelo disse...

Viva Carlos,

Tenho pena mas não vou poder ver. Estreei a semana passada um espectáculo no Chapitô e estreio outro esta semana em Almada e pelo meio estou a fazer outro para o Nacional. Ufa... estou farto de teatro... desde pequenino que não me larga...

Olha, gostava muito que viesses ver "A Fábrica do Nada", com música minha e do Paulo Curado. É uma espécie de musical para um público mais jovem, com 14 actores e 6 músicos. está de 16 a 20 em Almada e depois em Fevereiro na Malaposta.

abraço,

Rui