2008/05/15

"Business as usual"

Andam as brigadas dos bons costumes muito atarefadas em culpar o primeiro-ministro (oposição e fundamentalistas anti-tabagistas) ou em desculpá-lo (governo e demais clientelas políticas) sobre a questão de fumar ou não fumar num voo fretado de oito horas. Como se essa fosse a questão mais importante da nação. Um jornal de referência chegou, inclusive, a dedicar-lhe a sua manchete.
Entretanto, ninguém se interrogou sobre as declarações do cacique populista venezuelano (que alguma "esquerda" insiste em bajular) e que mandou à merda a chanceler alemã, depois de lhe chamar seguidora de Hitler num discurso público. A mesma chanceler, a quem Sócrates deve a aprovação do Tratado de Lisboa de que tanto se ufana...
Que se saiba, sobre este incidente, o nosso primeiro-ministro (e amigo de Merkel) disse nada. Como nada disse sobre o regime do títere que governa Angola e a quem o governo português presta vassalagem. Tudo a bem da negociata, está bem de ver.
Que os nossos governantes sejam o que são, já não nos deve admirar. Que a imprensa e os fazedores de opinião continuem a dar mais importância a questões como fumar num avião sobre o Oceano Atlântico, dá que pensar...

1 comentário:

Carlos A. Augusto disse...

Também me questionei sobre a utilidade deste sururu todo feito à volta das "passas" do primeiro ministro & companhia. É verdade que temos uma imprensa absolutamente básica, subserviente e incapaz, seja ela de referência ou não mereça ela referência sequer.
E é pena não passarmos nunca disto...