Sou o autor da Petição sobre a Maria Keil, que 1) ao contrário do que afirmou o presidente da CML, 2) como se pode constatar pela sua simples leitura e 3) como fica, se as dúvidas continuarem a subsistir, definitivamente esclarecido pelo presente post, não é anónima. Sou, justamente, aquele que levantou esta onda toda atrás da qual foram aqueles milhares de pobres criaturas sem personalidade e volúveis que o presidente da CML referiu.
Devo dizer, antes de mais, que fiquei profundamente chocado com algumas afirmações que foram proferidas. Em particular, acho que o senhor presidente exagerou quando me apelidou de mentiroso e caluniador (foi isso que objectivamente disse; está gravado!). Quero crer que não seria essa a sua intenção, nem será esse o seu estilo normal... E quero ainda crer que se tivesse pensado no meu potencial voto o presidente da CML não me teria chamado mentiroso, nem caluniador.
Mas, o que me interessa aqui, sobretudo, relevar são outros aspectos desta sua intervenção.
Pergunto-me por que raio de carga de água o presidente da CML "impôs" (a expressão é de Carlos Andrade) este assunto na agenda do referido programa? O assunto era com ele? Com o organismo a que preside? É matéria de alguma área do exercício governativo em que tenha tido responsabilidade? Ou, fruto de uma enorme apetência pelo submundo, será que o presidente da CML não terá querido, ele próprio, perder a onda? Mistérios que gostaríamos todos de desvendar...
Uma outra hipótese de justificação para esta intervenção canhestra e insultuosa: pode ser que a quantidade de assinantes da petição esteja próxima de um qualquer número mágico a partir do qual começam a soar os alarmes e é preciso agir...
A verdade é que perante a acutilância das acusações que nos fez, esperar-se-ia outra coisa que não aquele completo vácuo de ideias, aquela avalanche de clichés, aquela espantosa ligeireza, aquela desconcertante confusão técnica e aquelas imprecisões que ouvimos. O tema, os espectadores, o país merecem muito mais.
A verdade é que perante a acutilância das acusações que nos fez, esperar-se-ia outra coisa que não aquele completo vácuo de ideias, aquela avalanche de clichés, aquela espantosa ligeireza, aquela desconcertante confusão técnica e aquelas imprecisões que ouvimos. O tema, os espectadores, o país merecem muito mais.
De tudo isto fica apenas a prova de que o exercício da cidadania num país como Portugal, no quadro institucional que temos, é algo que continua a incomodar. Fica a ideia que o escrutínio dos cidadãos não suscita o esclarecimento dos escrutinados, gera antes escárneo e insulto. Fica finalmente a convicção que o uso da inteligência não é, afinal, para todos. No melhor pano, é certo, cai a nódoa.
Uma certeza: saímos de tudo isto com a determinação reforçada em continuar a batalha pelo valor da cidadania. A determinação em não ir na onda, compreendem...?
1 comentário:
Compreende-se que o presidente da Cãmara de Lisboa não considere relevante a questão dos azulejos. Se considerasse, o que não teria ele de dizer sobre a alteração do PDM que permitiu a instalação do futuro Centro Champalimaud em frente ao rio? Há que ser coerente com estas coisas!
Enviar um comentário