2008/11/05

Obama

Ainda que a eleição de Barak Obama não tivesse constituido propriamente uma surpresa - afinal, todas as projecções lhe eram favoráveis - o modo como obteve esta vitória (estavam contados pouco mais de metade dos votos) é, em si, um facto histórico.
O Mundo está perante um acontecimento impar na história da nação mais poderosa do Mundo onde, pela primeira vez, um cidadão negro chega à "Casa Branca" em Washington.
Os números não enganam: com 338 grandes eleitores escolhidos (53%) contra 163 de McCain (47%), quando ainda decorre o escrutínio na Costa Oeste americana, os 270 lugares necessários para a sua eleição foram amplamente ultrapassados.
Esta é a vitória de uma candidatura que, desde o início, teve a oposição de parte significativa do próprio partido onde, entre outros, se reviam os apoiantes de Hillary. Essa foi, de resto, a sua prova de fogo e é nas "primárias" democratas que devemos procurar a explicação desta imparável dinâmica que terminaria já madrugada alta em Chicago.
Muitos foram (e são) aqueles que acusaram Obama de ter pouca experiência, ser vago nas intenções e ter um discurso redondo que diz tudo e o seu contrário. É provável. Conceitos como "change", "hope" e "yes, we can" não chegam para mudar a América, muito menos o Mundo. Mas, como dizia alguém esta semana a um observador da realidade americana, "tudo isso pode ser verdade, mas só o saberemos se ele for eleito. Primeiro temos de elegê-lo e depois podemos julgá-lo". Haja esperança.

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