Enquanto o PR, procurando fugir certamente discurso tecnocrático, faz citações pouco convincentes de Almeida Garrett e Ruy Belo na sua alocução do 10 de Junho, o Instituto Nacional de Estatística informa-nos que o PIB caíu 3.7% (valor comparado com período homólogo de 2008) e 2% face ao valor do trimestre anterior. Esta é a maior queda desde que há registos, segundo dizem. Outras economias revelam quebras mais ou menos significativas, mas o caso português merece uma reflexão mais séria.
Uma percentagem de 90% deste PIB que emagrece sem regime, já está hipotecada para cobrir o défice externo. Aqui há tempos as previsões referiam que o valor deste défice externo subirá para cerca de 100% do PIB já para o ano. Cem por cento...! A percentagem da dívida externa do PIB era de 7.4% em 96 e passou alegremente para 90% no ano passado. Para o ano já não conseguimos com a nossa produção cobrir o défice externo.
Ou seja, para o ano o país está falido !
É neste quadro que lá vamos para mais uma ponte.
Quanto à possível falência... "- Uma desgraça!", pensarão uns enquanto atestam os carros de gasolina importada, preparando-se para zarpar daqui para fora até domingo. "- Uma desgraça!", pensarão outros, que sabem o que devem fazer mas não conseguem, não querem ou não lhes convém fazê-lo. "- Pode ser que, por um acto qualquer de natureza divina, a desgraça caia em desgraça!", pensarão uns e outros...
1 comentário:
Sempre que oiço os discursos governamentais (e leio as previsões económicas) não consigo evitar de pensar naquele presidente brasileiro que dizia que o Brasil estava à beira do abismo, mas que o seu governo ia dar um passo em frente!
Mais importante do que o discurso de Cavaco, a que toda a comunicação social deu importância (o respeitinho é muito bonito) foi o discurso de António Barreto, esse sim uma pedrada no charco da indiferença. A avaliar pela cara de Sócrates (será que ele percebeu?) as evidências custam a entrar nalgumas cabeças...
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