2010/11/19

Dúvidas, receios, mercados e tentativas de fuga

Lembrar-se-á quem anda atento a estas coisas que o acordo PS-PSD sobre o OGE ficou preso pelos tais 500 milhões de euros, que depois o governo acabou por desencantar, não se sabe bem por que artes.
Para se ter uma noção da dimensão real do problema que trouxe o país suspenso e convocou as pitonizas e os pitonizos deste país, que vimos em grande afã opinativo, vale apena recordar um curioso comentário que o coordenador da CGTP, Carvalho da Silva, fez num programa emitido pela TSF aqui há dois dias.
O país vem assistindo, com enorme incredulidade, aos esforços de última hora por parte dos accionistas dos grandes grupos económicos para antecipar a distribuição dos dividendos relativos à primeira metade do ano. Uma  verdadeira, declaradamente pública e escandalosa tentativa de fuga ao fisco. Ora, Carvalho da Silva afirma que tinha apurado que, só da parte de dois desses grandes grupos, esta tentativa de fuga ao fisco representaria um desfalque nas finanças públicas de mais 300 milhões de euros, ou seja, mais de 60% da quantia que "dividiu", de forma tão assanhada, PS-PSD...
Quando se fala nas dúvidas dos "mercados" sobre a capacidade de Portugal implementar as medidas do OGE 2011, há uma dúvida que a mim me assalta. O que é que os "mercados" querem dizer? Que "receio" é este? O de que o governo não consiga suster estas tentativas de fuga, ou o de que o governo se terá de pôr a pau porque os "mercados" não perdoarão se os candidatos à fuga não se conseguirem mesmo baldar?

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