2011/04/13

"Demitida por se recusar a inventar uma notícia"

"Demitida por se recusar a inventar uma notícia". A notícia, brutal, chega-me por via do blogue Ponto Media do António Granado. Não deixa de causar uma enorme náusea ver acontecer uma coisa destas, trinta e sete anos depois do 25 de Abril... Não foi seguramente para isto que andámos todos a batalhar. Este soube-se, mas quantos outros casos não terão ocorrido sem sequer termos tido deles conhecimento?
A verdade é que a mordaça fascistóide e a tentação totalitária não acabaram nunca verdadeiramente. Modernizaram-se e já não usam polainas ou botinha de elástico, mas existem. E nunca será demais denunciá-lo.
Um amigo meu declarava-me hoje, com orgulho, que ninguém mandava na sua consciência e que gozava, no que a ela diz respeito, de total liberdade. Sei que sim, sei a coragem que isso requer e admiro-o muito por isso. Mas quantos se podem orgulhar do mesmo? Quantos não preferem ainda a trela a troco de uma qualquer sinecura? E porque raio a tentação totalitária prevalece e a liberdade, tanto tempo depois de a termos conquistado, ainda é entre nós um facto digno de admiração? Qual a justificação para ainda termos de continuar a ter de "lutar" por ela? Porque razão continua a ser algo que evoca coragem inusitada e suscita admiração? Porque razão não se tornou, ao fim de todo este tempo, uma questão comezinha, indelével e umbilicalmente ligada à nossa vida colectiva?
Como é que poderemos aspirar vencer o défice económico antes de conseguir vencer o défice democrático?

1 comentário:

Rui Mota disse...

Tive de ir ler a notícia, pois não queria acreditar. Não me surpreende, pois o Sócrates é um fascista (Barreto dixit) e os xuxa-listas estão desesperados. Está-se a acabar a mama e todos os métodos são possíveis. De há muito que o marketing do PS é usado para impor o "pensamento único". Algum dia teria de acabar...