2011/04/16

Marinho e Pinto perdeu uma excelente ocasião para estar calado

O bastonário da Ordem dos Advogados veio apelar à abstenção. Perdeu (mais) uma excelente ocasião para estar calado e devia, na minha opinião, pedir desculpa aos Portugueses.
A abstenção e a capitulação perante o status quo não são opções válidas para os Portugueses. O estado actual do País tem a sua origem, justamente, na abstenção e na capitulação. Abstêm-se aqueles que aceitam o "arco do poder" e votam de forma acrítica nos partidos que o compõem, como se abstêm aqueles que não aceitam esse "arco da velha" mas não vão votar porque "não vale a pena". Não há diferença qualitativa entre estas duas posições. Mudar o País é participar mais, não fugir.
Estamos habituados às tiradas do doutor Marinho e Pinto. Aceitamos que enquanto bastonário da sua ordem emita opiniões publicamente sobre a sua organização e a sua área de actividade. Aceitamos até que emita opiniões sobre questões de cidadania na perspectiva técnica que é a sua. Mas, considero inaceitável que emita opiniões pessoais deste teor, encavalitado no estatuto público que detém e aproveitando como parasita os megafones que lhe estendem por causa disso. É uma atitude totalmente irresponsável.
Não fora Bastonário e a voz de Marinho e Pinto não chegava ao céu. Por isso devia usar o seu estatuto de modo responsável. Este tipo de irresponsabilidade faz também parte do conjunto de problemas de que sofre o país.
Pena não podermos votar nas eleições para bastonário da OA...

8 comentários:

Rui Mota disse...

Não é só o Marinho que é um desbocado. O Otelo também só diz disparates...quem nos falta ainda ouvir?

Carlos A. Augusto disse...

Infelizmente é verdade. O Otelo também quis ajudar à festa.
Quanto à pergunta "quem nos falta ainda ouvir?" eu responderia: quem tem estado calado...

Rini Luyks disse...

Completamente em desacordo (já há décadas...), independentemente da figura do bastionário.
Abstenção = capitulação perante o "status quo"??
Da minha parte, não é!
É antes a rejeição total da "democracia" (meu Deus!) parlamentar que nunca funcionou e nunca funcionará!
Obrigar o Governo (como fizeram os islandeses com êxito!) a convocar um referendo sobre a ilegitimidade dos roubos institucionalizados nacionais (BPN) e agora também internacionais (FMI, etc.), isso sim!

Carlos A. Augusto disse...

Deixe-me explicar melhor o que penso disto. A coisa está, penso, clara no texto, mas posso precisar melhor.
Para atingirmos esse estágio (de conseguir rejeitar esta democracia) era preciso que o povo português soubesse primeiro o que é democracia. O que é empenhamento, compromisso, respeito, normas deconduta colectiva, etc, etc.
Infelizmente para rejeitar é preciso conhecer primeiro, praticar a democracia, participar, respeitar os outros. Em Portugal receio que um apelo do género que o Marinho e Pinto fez seja lido com um apelo à demissão. E isso é o que temos mais neste país.
A norma é ninguém ligar nenhuma a nada, não se comprometer, não discutir, ter medo de dizer o que pensa, etc. A norma é delegar no superior, no pai, pensar pelo que diz o comentador da tv, esperar que o presidente resolva.
Não será por vontade de dizer não que as pessoas se abstêm, mas sim por medo de não dizer que sim. Um tipo como o M. e Pinto tem responsabilidades. Estou a ver a malta que gosta do comportamento truculento dele e acha que aquilo é que é a pensar: bom, se o gajo diz que o melhor é não votar, então é que nem meto lá os pés! Nesta fase acho mal...

Carlos A. Augusto disse...

Já agora, para concluir o meu argumento e clarificar ainda mais, quando falo em democracia não significa que tudo isto se esgote na democracia representativa, tipo parlamentar "ocidental". Há na história da democracia --até no ocidente-- inúmeros exemplos de outros tipos de organização democrática que funcionam.
E, para provar, que não faço uma ligação simples entre democracia e eleições, como se vê por um post recente, até acho que não devia haver eleições no dia 5 de Junho. Devíamos prescindir desse direito por esta vez e... participar na mudança necessária.

Rini Luyks disse...

Obrigado, caro Carlos Augusto, pelos esclarecimentos.
É verdade que há uma enorme falta de consciencialização em relação ao conceito "democracia".
Mas também: quais são os "exemplos" que as pessoas vêem? Hoje capa de jornal: "Estado paga mais 24 reformas douradas".

A revolução limita-se a uma publicidade de Paulo Futre para Licor Beirão: "Acabaram-se os tachos, um wok para cada português".
E tudo continua na mesma...

Maria disse...

Compreender Marinho Pinto, é saber o significado de integridade. Tudo o mais é demagogia de corruptos incomodados.


LIÇÕES DE INTEGRIDADE... NÃO É PARA TODOS, MAS FAÇAMOS UM ESFORÇO POR PORTUGAL. O povo português, foi treinado, durante muitos anos a defender cegamente os partidos, e é urgente perceber que se queremos salvar este país, temos que defender e sentir lealdade pelo país, pelo povo, pela verdade e justiça.
ARTIGO COMPLETO: http://apodrecetuga.blogspot.com/2014/06/compreender-marinho-pinto-e-saber-o.html#ixzz36hu227Fh

Maria disse...

Mais um dos mitos inventados em redor de Marinho Pinto.
O desespero e IMPOTÊNCIA a que estamos condenados, leva Marinho Pinto a tentar uma revolução pela abstenção... Falhou, porque os condenandos não se uniram na luta contra os carrascos. Preferiram eleger os carrascos. E foi esse apelo, pelo povo e contra o poder instalado, que agora os incoerentes que não perceberam, o atiram à cara de todos, dizendo que ele já não apelou à abstenção e agora quis votos... é um doido. Pois, ele tentou fazer a revolução nas autárquicas, não resultou porque o povo preferiu aliar-se aos corruptos, claro que ele agora tentou outra coisa... qualquer pessoa coerente percebe isso, não?

ARTIGO COMPLETO: http://apodrecetuga.blogspot.com/2014/06/compreender-marinho-pinto-e-saber-o.html#ixzz36huHCAdp