2012/04/05

A mentira instituida como regra

Já estávamos habituados, por isso não devíamos estranhar.
O seu uso começou há muito e nem sequer é apanágio dos políticos portugueses.
Digamos que faz parte do jogo político, ainda que a "política" continue a ser considerada a mais nobre das artes.
Também sabemos que a verdade é "revolucionária", mas nem toda a gente quer ouvir falar dela, quanto mais revelá-la.
Vivemos, assim, numa espécie de realidade virtual, onde nos impingem a mentira todos os dias para que, mesmo quando nela não acreditamos, possamos viver mais descansados com a nossa consciência. Porque a "consciência" anda adormecida, cometem-se as maiores barbaridades em nome de uma coisa que se chama democracia, sem que a maioria das pessoas se indigne.
O anúncio, ontem matreiramente anunciado pelo primeiro-ministro (sobre a extensão do período de congelamento dos subsídios de férias e de Natal até 2015) e hoje confirmado pelo ministro das finanças na AR, é o exemplo acabado do despudor a que chegaram estes merdosos políticos.
Pensávamos já ter assistido ao pior e queremos sempre acreditar que, lá no fundo, "eles" não são todos iguais e alguns (quais?) até querem o nosso bem. É mentira.
Por isso não devemos estranhar.
Mais: é preciso denunciá-los todos os dias, todos os políticos e todos os partidos que eles representam, porque eles não nos representam. Para que a mentira não seja instituida como regra.

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