2012/08/01

A importância de ser Álvaro

Afirma Pereira, numa audição parlamentar hoje na AR, que "a importância disto (referia-se não percebi bem a quê) é porque estes dois projectos são importantes." A frase poderá não ter sido exactamente dita assim, mas foi mais ou menos isto.
É por estas e por outras que, depois de o ministro Pereira afirmar peremptoriamente, logo a seguir, que o seu ministério está a operar uma verdadeira revolução, eu fico totalmente convencido, arriscar-me-ia mesmo a dizer que acredito que acredito que  com as "reformas estruturais", —misteriosas, é certo, mas, segundo ele, absolutamente decisivas— e com Pereira ao leme, a economia portuguesa sairá da situação de estagnação, velha de décadas, em que se encontra. Fico tão convencido com estas palavras como com a sua previsão da "retoma" já em 2013 ou 2014, que a evidência contraria, ou com a sua fé nas virtudes do novo código laboral, que ele parece ser o único a ter.
Nem acredito que, depois de observar o ar determinado com que o ministro Pereria diz tudo isto, alguém me consiga agora convencer que os tempos de estagnação não estão terminados de vez. Ai estão, estão! Eu cá acredito!
Todos as previsões apontam para o mesmo (embora com uma latitude mais ou menos ampla): a recessão vai continuar e o desemprego vai aumentar. Em inequívoca sintonia, o país reconhece que o ministro Pereria não existe. Mas ele lá vai prometendo virar a economia do avesso, cantando solitárias hosanas ao código laboral e fabricando reformas virtuais.
Uma conclusão pode ser retirada, sem margem para dúvidas ou tergiversações, das afirmações do  ministro Pereira e da qualidade da sua governação: a importância do importante é importante.

1 comentário:

Rui Mota disse...

Álvaro, ou o economista do "coiso".