2012/07/30

Ah! como é diferente a eugenia em Portugal...

Uma casa modesta, de idosa manifestamente modesta, uns parcos utensílios à vista. A mulher exibe os sinais da agressão de que foi vítima. Conta que "eles entraram por aqui dentro a gritar 'onde está o cordão? onde está o cordão?' Disse-lhes que não tinha nenhum cordão, bateram-me."
Aqui há tempos uma outra idosa, menos modesta, sugeria que os hemofílicos podiam ser descartáveis, estarão lembrados. Recentemente, Pinto Balsemão lamentava o facto de a população portuguesa ter idosos a mais. O problema do défice estaria resolvido, acha ele, se houvesse menos velhos. São formas de agressão encontradas por quem não tem a coragem ou o poder de nos liquidar fisicamente. O Governo, com o beneplácito do Presidente da República, e a troika, mais prosaicos,  optam por nos assaltar a casa à procura do cordão. Não o encontrando, agridem-nos a sério.
Exagero, pensará quem lê estas linhas. Mas há, por mais absurdo que possa parecer, uma lógica nisto tudo. Uma lógica que a nossa inércia forjou e encorajou.

1 comentário:

Rui Mota disse...

A ideia do Balsemão já tinha sido ventilada pelo opinativo Miguel Beleza. Este disse, na SICN, que a solução para equilibrar as contas da Segurança Social era morrermos todos aos 65 anos. Dessa forma, a SS ficava com o excedente...(esta da "SS" foi um lapso freudiano).
Resta saber, se estas ideias são deles ou do Clube Bilderberg. Como não há actas, é difícil saber onde acaba a realidade e começa a conspiração.
Para já, a hipótese levantada pela Klein (A doutrina do choque) parece-me a mais verosímil: como o Ocidente tem necessidade de recuperar as mais-valias perdidas no factor trabalho, devido à globalização e à ascensão dos BRICs, há que desmantelar o sistema, para nos empobrecer e dessa forma sermos obrigados a aceitar ordenados chineses, única forma de podermos concorrer com o Oriente. Sim, é uma estratégia e não tem a ver com o Euro, mas com a crise do "sistema".