Alguém imagina um país europeu, onde todos os canais de televisão têm, em permanência, políticos (comentadores) nos seus programas a comentar a actualidade política na qual eles próprios são parte interessada? Eu não conheço nenhum. A excepção é Portugal.
Reparem só: Marques Mendes (ex-ministro), Bagão Félix (ex-ministro), Jorge Coelho (ex-ministro), Francisco Louçã (ex-deputado), todos na SIC; Marcelo Rebelo de Sousa (ex-deputado), Pedro Santana Lopes (ex-primeiro-ministro), Francisco Assis (ex-deputado), Fernando Rosas (ex-deputado), todos na TVI; Morais Sarmento (ex-ministro), José Sócrates (ex-primeiro-ministro), todos na RTP. Esqueci-me de algum?
E os comentadores, propriamente ditos? Bem, esses também lá estão e são, claro, em maior número. Mas, nesse caso, que estão eles lá a fazer, se os políticos controlam o espaço público e privado das estações que os contrataram como profissionais de opinião? A única explicação é o clientelismo endémico de que padecem as sociedades subdesenvolvidas, onde as relações de patrocinato são um traço característico do atraso cultural em que estas sociedades ainda se encontram.
As coisas são o que são e, enquanto não mudarmos esta mentalidade, não há estratégias de desenvolvimento que nos valham.
1 comentário:
Há mais, há mais! Paulo Rangel, Santos Silva, por exemplo... Fora os pretéritos. E quantas "carreiras" se fizeram e continuam a fazer desta forma...?!
O despudor ao poder!
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