Cavaco gasta mais tempo e recursos a polir a imagem do que a exercer, de facto, o seu cargo. Se trabalhasse mais, se interviesse a tempo, se exercesse com rigor humilde a função clara que os seus compatriotas o incumbiram de executar, teria sido outro o desfecho deste triste espectáculo a que assistimos nestes tempos mais recentes. Assim, o arauto da estabilidade aumenta a instabilidade, o defensor da Constituição desrespeita-a, o paladino do bom senso propõe soluções inexequíveis, o defensor dos mercados provoca-lhes reviravoltas incómodas.
Ninguém sai ileso desta fogueira para onde Cavaco Silva nos lançou. Nem ele.
Que ele vá para o inferno da política portuguesa quando morrer é coisa que não pode deixar de ser considerada positiva e que não poderei nunca deixar de saudar. Que nos arraste a todos, na sua insanidade política, para esse inferno é algo que nunca lhe poderei, nunca lhe poderemos, perdoar. Como primeiro responsável por tudo isto, não lhe podemos perdoar.
1 comentário:
A bicheza elegeu-o, agora ature-o.
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