Enquanto o Presidente da República prepara mais uma comunicação ao país, vale a pena relembrar as alternativas existentes, para sair do impasse politico em que nos encontramos desde que Gaspar bateu com a porta e deixou o governo a braços com a maior crise dos últimos anos.
Desde logo, as descartáveis:
1) Não haverá eleições, porque o presidente não as quer e a direita receia perder o poder.
2) Não haverá governo de iniciativa presidencial, porque a constituição não o permite desde 1982.
Depois, as mais prováveis:
3) Poderá haver a recondução da actual coligação, mas não se percebe muito bem com que ministros e ministérios.
4) Poderá haver a recondução da actual coligação, de acordo com a proposta de Passos Coelho (na qual Paulo Portas passará a supervisionar os ministérios mais importantes do governo, entre os quais o das Finanças).
Estas são as alternativas e nenhuma é boa, como já se percebeu. Nem Cavaco parece muito inclinado a aceitar a proposta de Passos, nem acredita nesta coligação a dois e, por isso, sugeriu um entendimento entre os três maiores partidos, que falhou esta semana.
Voltámos pois à “estaca zero” e, a menos que o governo se demita (por iniciativa própria ou por sugestão do Presidente) não vislumbramos nenhuma solução fora deste quadro.
É pouco e não augura nada de bom.
Quanto mais tempo esta situação durar, maiores serão as pressões internas e externas, pelo que não será de descartar uma solução grega à “la Papademos” ou à italiana à “la Monti”, ambas impostas de fora, pela Comissão Europeia, com a conivência da Alemanha e, claro está, dos seus homens de mão nos respectivos países.
É difícil acreditar que Cavaco tenha alguma solução milagrosa na manga. Preparemo-nos para o pior. Ou seja, mais do mesmo...
1 comentário:
A minha coulrofobia atingiu já um nível que exige intervenção cirúrgica...
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