Um mês após as últimas eleições europeias, foi hoje anunciada a composição do Parlamento Europeu. Nada que não pudessemos antecipar, em função dos votos nos respectivos partidos e sua distribuição nas facções partidárias que integram o hemiciclo de Estrasburgo.
Depois das negociações habituais nestas coisas, o próximo Parlamento será constituido por uma facção Social-Democrata (PPE), com 221 deputados (a maior do hemiciclo); uma facção Socialista (S&D) constituida por 191 deputados; uma facção Conservadora (ECR) com 70 membros; uma facção Liberal (ALDE) de 67 membros (na qual se inclui, pela primeira vez, o Partido da Terra, de Marinho e Pinto); uma facção da Esquerda Europeia (GUE) com 52 membros, uma facção dos "Verdes" (EGP), com 50 membros e os Eurocépticos Radicais (EFD), com 48 membros.
De fora, ficaram 52 deputados, designados como "não-inscritos", por não terem conseguido uma aliança de 7 países, mínimo necessário para poder constituir uma facção parlamentar. Neste grupo, estão todos os partidos de extrema-direita, desde os partidos racistas e xenófobos de Marine Le Pen (França) e Geert Wilders (Holanda), até aos partidos nazis alemães (1), húngaros (3), gregos (3) e deputados independentes diversos.
Se alguma coisa há a concluir, para além da composição das grandes facções, é a exclusão (até ver) dos partidos de extrema-direita, sinal de que o (novo) fascismo tem várias matizes. Não é de excluir que, mais cedo ou mais tarde, haja transferência de votos de outros partidos para esta "frente" nacionalista e racista europeia. Tudo dependerá da futura situação social e económica da União Europeia, que tarda em encontrar um rumo para a sua política e, por isso, dá azo ao aparecimento destas aberrações ideológicas. Para já, todos estes partidos, ficaram de fora das decisões parlamentares e limitados nas suas intervenções nas respectivas comissões. E isso é sempre uma coisa boa. Algo, é algo, como dizia o poeta...
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