2019/05/27

Resultados das Eleições Europeias, confirmam sondagens


O resultado das eleições europeias confirmou, "grosso modo", as projecções avançadas pela maioria dos analistas:
Vitória do PS (Partido Socialista), BE (Bloco de Esquerda) e PAN (Partido dos Animais e da Natureza).
Derrota do PSD (Partido Social-Democrata), CDS (Centro Democrata-Cristão) e CDU (Partido Comunista+Verdes).
Fora do Parlamento Europeu, ficam os novos partidos "Aliança" (liberal de direita) e "Basta!" (extrema-direita xenófoba) que, há um mês atrás, chegaram a ser referidos como potenciais ganhadores.
Contas feitas, o PS conseguiu 33,4% dos votos (9 deputados), o PSD 21,9% (6 deputados), o BE 9,8% (2 deputados), o CDU 6,9 (1 deputado), o CDS 6,2 (1 deputado) e o PAN 5,8 (1 deputado). À hora de escrevermos este texto, faltava atribuir 1 lugar de deputado, que poderá ser do PS ou do CDU.
Com este resultado, os socialistas vêem reforçada a sua liderança, já que tiveram mais votos do que a direita em conjunto (PSD e CDS), a maior derrotada da noite. Não por acaso, no seu discurso de vitória, António Costa referiu a confiança dos eleitores na actual solução governativa, o que pode indiciar uma nova "geringonça", após as eleições legislativas de Outubro. Resta saber, a quem Costa  se aliará, caso obtenha uma vitória sem maioria absoluta. Dada a quebra de votos na CDU, resta o BE e, eventualmente, o PAN, para formar nova coligação.
Sem surpresa, mas lamentável, foi o nível de abstenção (68%6), a maior de sempre desde a adesão de Portugal à UE. Como sublinhou o presidente da república, "os portugueses abstencionistas escolheram não escolher". Números dramáticos que devem fazer pensar os políticos (aqui e na Europa) sobre a forma como fazem e transmitem as suas (ideias) políticas quando governam. 
Já na Europa houve resultados para todos os gostos:
Crescimento da extrema-direita nacionalista, xenófoba e anti-imigração em França, Itália, Hungria, Polónia e Bélgica; crescimento dos euro-cépticos no Reino-Unido e entrada do VOX (Espanha) e do FvD (Holanda), pela primeira vez no PE. E, bons resultados, que permitem uma contenção do crescimento dos movimentos populistas, obtidos na Holanda, na Alemanha e em Espanha, com vitórias respectivas do PvDA, da CDU, dos Verdes e do PSOE, que obrigarão a um novo (re)arranjo das bancadas parlamentares no PE, onde a maior fracção (PPE) deixou de ter a maioria. Entretanto, na Grécia, Tsipras anunciou eleições antecipadas para Julho, na tentativa de manter o governo do Syriza, ameaçado pela Nova Democracia (liberais de direita), os vencedores das eleições de ontem.
Resumindo: crescimento dos partidos de extrema-direita, ainda que abaixo das previsões (têm agora 10% dos deputados do hemiciclo europeu); menor crescimento dos partidos euro-cépticos (provavelmente "assustados", com as complicações do "Brexit"); vitórias claras dos partidos sociais-democratas, em Portugal, em Espanha e na Holanda; vitórias relativas dos liberais, conservadores e  "verdes", em países como a Irlanda, a Áustria e a Alemanha.
Neste quadro, Portugal é uma excepção, sendo um dos poucos países onde os movimentos populistas e de extrema-direita são residuais. Nada mau. 


 
    

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