2006/09/04

Paz violenta

Muito bom este poético escrito de hoje, por JPN, no Paz Violenta, sobre a urgência de, todos e cada um de nós, tomar posição sobre "uma guerra que já se mundializou, que já se interiorizou em cada um de nós". Claro que "haverá muita gente que pensa que não, que ela só acontecerá quando, um dia, um míssil lhe cair na sopa de nabiças".
De facto, vem mesmo a propósito a citação de Séneca: "muito ávido é da vida quem não aceita morrer quando consigo vai morrer o próprio mundo". E olhem que aqui ávido quer dizer ganancioso, o que se calhar até é de aplaudir pelos padrões éticos da moda; mas que, pelos que é urgente reavivar, não se recomenda.
Prefiro a atitude que há tempos vi numa reportagem de telejornal e que nunca mais saiu da minha memória; eu conto.
Num festival de aviação descem três pára-quedistas em formação. Quando accionam os pára-quedas estes ensarilham-se e uns não deixam abrir completamente os outros; se continuarem assim vão-se espetar os três no solo, sem apelo nem agravo. Um deles corta, o mais depressa que pode, as alças do seu pára-quedas e, ante o olhar incrédulo e aterrorizado dos espectadores, obedecendo às leis da queda dos graves, vem, em movimento uniformemente acelerado, desfazer-se contra o solo. Porquê ele e não qualquer um dos outros? Porque ele tinha mais coragem!
Eu, quando for grande, quero ser assim.