2007/04/19

representatividades (2)

O fenómeno não é novo e muito menos original. Quando a economia cresce, há pouco desemprego e é necessária mão-de-obra (de preferência barata) contratam-se trabalhadores estrangeiros para suprir as faltas do mercado. Quando a economia estagna, as obras param e as empresas deslocam as fábricas para outras paragens, fica o desemprego. Com este cresce a exclusão e a marginalidade social. Com a marginalidade aumentam a agressividade e a violência gratuitas, normalmente dirigidas contra os mais fracos da sociedade. Há que encontrar um "bode expiatório" para as nossas frustrações. Os estrangeiros são sempre mais apetecíveis. Se a estes factores, já de si explosivos, juntarmos a ignorância, o racismo e o fundamentalismo, com raízes na Inquisição e no Fascismo que atravessaram a maior parte dos últimos quatrocentos anos em Portugal, temos reunidos os condimentos necessários para explicar o actual surto de xenofobia. Já vimos este filme em qualquer lado e nem sempre acabou bem. A recente detenção de membros de um partido, que perfilha ostensivamente o ideário nazi, pode ser visto como uma prevenção, mas não é em si uma segurança. Melhor seria não existirem. Uma vez que existem, não resultará proibi-los. Mas convém monotorizá-los. Para não dizermos, depois, que não sabíamos...

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