Hoje, não sei se sabem, celebra-se o Dia Mundial da Voz. Tenho imenso orgulho na minha voz. E respeito pelas vozes dos outros. A voz diz tudo sobre o seu dono. Embora tenha um fascínio especial pelas vozes mais que pelo aspecto dos outros, concordo que há por aí muitas vozes de burro. Curiosamente, muitas chegam mesmo ao céu. Um céu a evitar, portanto, a todo o transe, esse céu dos burros.
Aprecio sobretudo este fenómeno dos blogs que dão voz a pessoas como eu, que de outra forma teriam de calar a sua. Seja ela mais fininha ou mais potente, toda a gente tem a sua voz neste universo dos blogs. Embora reconheça que, em muitos casos, são mais as vozes que as nozes. O pior é que fora desse universo, estamos assim: há para aí muita gente que tenta abafar a nossa voz engrossando a sua. Mas a nossa --a minha e a vossa, leitores deste blog-- engrossa ela também e floresce com a possibilidade de se exprimir livremente. Muitos destes que falam grosso gostariam que a nossa voz não fosse tão audível, mas os seus desígnios sairão inevitavelmente frustrados.
A nossa voz é, antes de tudo o mais, a voz da resistência.
Há que ter cuidados com a voz, dizem os entendidos neste Dia Mundial da Voz.
Eu acho que o único cuidado possível é nunca calar a nossa, nem abafar a dos outros. Dentro das regras. O resto é conversa.
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