A acreditar no ministro Manuel Pinho, se as petrolíferas não acompanharem a descida internacional do preço do crude e reduzirem os preços de acordo, o governo poderá ter de "intervir" para ajudar a "regular" o mercado. Mercado que, lembre-se, foi liberalizado pelo governo anterior com o apoio do PS e o argumento que essa liberalização iria beneficiar as petrolíferas e o consumidor. Como sabemos hoje, o que se verificou foi o contrário: uma cartelização de preços que continua a favorecer as petrolíferas e o governo que, desta forma, arrecada mais dinheiro em impostos. Quem perde, como sempre aliás, é o consumidor, o elo mais fraco nesta cadeia de interesses.
Interrogado sobre a forma como iria intervir, Pinho, o ministro do discurso desconcertante, refugiou-se numa citação clássica tão ao gosto da esquerda estatizante: "a política comanda sempre a economia". Querem ver que o homem é mesmo socialista?
4 comentários:
Não sei se é socialista... Mas, que se calhar vão mesmo ter de intervir, lá isso vão!
Aliás está na moda. Os mais empedernidos defensores do livre arbítrio económico já vieram advogar a intervenção dos estados para evitar situações como as que se verificam hoje nos mercados americanos. O liberalismo já não está a dar, meus!
O Almunia hoje mesmo diz que a crise se deve ao falhanço dos sistemas de supervisão.
O problema é que os sistemas de supervisão passaram a fazer parte do "sistema". Ou seja, a política comanda cada vez menos e, por isso, não é para admirar que o "mercado" reine...
Os paradigmas em presença mantém-se: ou mais mercado e menos regularização, com todos os abusos daí inerentes; ou mais estado e menos liberdades, com todos os abusos já conhecidos. Alguns países (nórdicos) europeus conseguiram manter o modelo equilibrado até agora, mas também aí o "estado de protecção social" já conheceu melhores dias. É cada vez mais difícil manter um "sistema misto" que agrade ao capital e ao trabalho, para utilizar o jargão marxista.
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