2009/01/17

Mais crescimento negativo

O orçamento rectificativo, agora baptizado de "suplementar", veio confirmar o que já sabíamos: a economia não descola, as exportações diminuiram, o desemprego aumentará para 8,5% e o famigerado "déficit" para 3,9%...uma "contracção" e peras, para usar o jargão economista. Claro está que a crise veio de "fora" e, não fosse o debacle internacional, Portugal estaria em condições de resistir à estagnação.
Porque a procissão ainda vai no adro e o ano é longo, dizem-nos alguns especialistas - essas cassandras da desgraça - que este não será o único orçamento "suplementar". Outros se seguirão...
Em ano eleitoral, é de prever mais acertos e apoios estatais em obras, faraónicas e outras, que mantenham a economia virtual em alta. Vale tudo, porque tudo é válido para um governo que fez da demagogia a sua arma de eleição.
O mal não está só na crise, que é real e atinge milhões de portugueses. O mal está nestes governantes que, olimpicamente, continuam a ignorar os sinais e avisos vindos dos mais diversos quadrantes, mantendo-se numa rota suicida que só pode conduzir ao descalabro.
Os primeiros sinais estão aí. Depois de um ano consecutivo de sondagens, as tendências do eleitorado permanecem estáveis: mesmo ganhando, o PS perde a maioria absoluta, o que pode abrir um novo ciclo político. Um pouco à imagem do orçamento: cresce, mas negativamente...

2 comentários:

Carlos A. Augusto disse...

Eu não tenho nenhuma certeza sobre a possibilidade de um novo ciclo político. Não é que não o desejasse, como é óbvio... O problema que se coloca foi o que referi neste post. Os argumentos continuam válidos. Ter-se-ão até, quiçá, reforçado.
O descalabro da liderança de M. F. Leite é cada vez mais óbvio. A senhora não acerta uma, coitada... Aquela "entrevista" à Judite de Sousa e o "desafio" a Sócrates para um debate televisivo devem ter deixado Sócrates a rebolar pelo chão a rir! O PR mostra-se de uma insipiência tão gritante que só um formidável golpe de rins poderia devolver-lhe um pouco da aura que precisa. O PR conjuga sobriedade com nabice, numa estranha dança semântica! O CDS, corre por aí, não tarda a ser declarado espécie em vias de extinção pela WWF... Em boa hora, acrescento eu!
Restam o PCP e o BE. Graças a eles nos próximos Jogos Olímpicos iremos poder contar com uma nova modalidade: o tiro no pé.
Isto tudo numa visão optimista...

Anónimo disse...

Este blog está muito atrevido...