2009/11/06

Goodfellas

A acreditar na notícia que esta semana faz manchete nos principais orgãos de informação, estamos perante mais um caso de corrupção em que o nosso país parece ter-se especializado nas últimas décadas. Nada que nos deva espantar. Há corrupção em todo o Mundo e Portugal não é excepção. De resto, os "amaciadores" da opinião pública já vieram sossegar-nos uma vez que, até prova em contrário, todos os suspeitos são inocentes. Onde é que eu já ouvi isto?
Acontece que alguns dos indiciados, neste recente crime de "tráfico de influências", são exactamente os mesmos cuja nefasta influência no tráfego da Fundação que dirigiam, levou à sua demissão do governo. Estávamos em 2001 e, desde então, muitos carros devem ter passado pelas estradas portuguesas. Alguns, ainda lá devem andar, outros deixaram de circular e foram abatidos ao activo, ou mais prosaicamente, deram entrada em depósitos de sucata. Um bom negócio, a sucata. Juntamente com o tratamento de lixos tóxicos e orgânicos, um apetecível "nicho de mercado", para utilizar o jargão dos nossos economistas da Universidade Independente.
Algumas travessias do deserto e oito anos mais tarde, eis que os mesmos nomes reaparecem, agora ligados a um sucateiro de Aveiro que, para além de carcassas de automóveis, também negociava em carris de ferro. A coisa ia de vento em popa e, não fora uma investigação policial da PJ e algumas gravações telefónicas comprometedoras, estava para durar. Agora parece que um dos "alegados" intermediários ("brokers" no jargão siciliano) queria uma percentagem que, dizem as más línguas, seria apenas de 10.000 euros. É a nossa sina. Pequeninos, até no pedir. Se ao menos fosse uma quantia que se visse! Razão tinha o Scorsese, tudo bons rapazes...

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu estive lá e vi. Não me venham agora dizer que só a Clara F Alves é que escreveu sobre isso! Ai se o Zeca fosse vivo...