2010/10/16

A "pen" da nossa incompetência

Depois de muitas "noites em claro", os homens do orçamento lá conseguiram esta madrugada entregar a famosa "pen" ao Presidente da Assembleia, num acto que ameaça transformar-se numa verdadeira tradição de ineficiência. Hoje, Teixeira dos Santos repetiu a dose, declarando-se aberto a todas as sugestões para "melhorar" o documento, desde que fosse respeitado o limite do "déficit" imposto pelo BCE.
Portugal tem assim duas hipóteses: ou respeita os ditames do Banco Central Europeu, aumentando os impostos, diminuindo o investimento, estagnando o crescimento e aumentando a recessão; ou, recusa os cortes a que se auto-impôs, aumenta os investimentos e mantém as prestações sociais como forma de diminuir a crescente pobreza, aumentando dessa forma os "ratings" negativos das agências e os juros da dívida à banca internacional. Ambas as soluções são más, pelo que não há, entre elas, escolha possível. Como foi possível chegar até aqui?
Porque as coisas não acontecem por acaso, convém não esquecer os principais responsáveis por esta situação que, durante anos a fio, ignoraram todos os avisos e conselhos, repetindo à exaustão a "mantra" da "economia saudável", bem acima da média dos países do espaço europeu.
Depois de dez anos de divergência económica continuada, dos piores índices em áreas tão fundamentais como a educação, a justiça, a evasão fiscal ou a corrupção, difícil seria esperar melhores resultados em termos económico-financeiros. E, no entanto, foi isso que aconteceu. Agora é tarde para prevenir, coisa que sucessivos governos sem qualquer visão estratégica nunca conseguiram fazer. Resta saber, se por dolo, ou por incompetência. Está tudo na "pen".

5 comentários:

Carlos A. Augusto disse...

A situação é tão má que até as araras do costume, comentadores e "politólogos" (uma expressão cujo significado ainda vão ter de me explicar...) andam às aranhas.
Tão palavrosos que esses gajos costuma ser e agora, perante o desastre --que obviamente tem origens na actuação deste governo, mas também na de governos anteriores, e noutros orgãos de soberania e na oposição--, vê-se uma notória e generalizada atrapalhação.
É claro o desastre e é clara a falta de soluções. E é claro que é todo o regime que está desta forma em causa!!
E os portugueses também deviam deixar claro onde é que desejam que o primeiro ministro, o ministro Teixeira, a AR, o PR, politólogos e ararólogos, toda esta cambada, enfim, meta a pen...

MariahR disse...

Pois...nem sei que diga! Os portugueses...não são sempre eles os eleitores...?

Carlos A. Augusto disse...

Os portugueses têm medo!!!

m´espanto às vezes, outras m´envergonho disse...

E alguns nem sabem o que é ter medo....!

Carlos A. Augusto disse...

Quem depende do Estado sabe o que é ter medo. Entre funcionários públicos e emrpesas que trabalham para o Estado há muita gente para ter medo...