"Há limites para os sacrifícios que podem ser pedidos," diz o PR.
Too little, too late, Mr. President.
Continua o embuste, com os condenados de antanho a fingir agora que são juízes.
Há de facto limites para os sacrifícios que se podem pedir aos portugueses, mas estes limites não estão na sua capacidade de sacrifício —que parece infinita— nem na sua arte para apertar cintos. Os limites estão na sua capacidade para entender as origens desta crise e na qualidade da manha que tem sido usada para disfarçar responsabilidades. Uma manha feita de um ciclo vicioso, de um jogo de empurra o empurrado e volta a empurrar, para voltar tudo à primeira forma e manter o status quo intocável, como é norma desde o início da vigência desta Constituição.
Há quem esteja acima da crise. É só olhar à volta.
A tudo isto é preciso dizer chega! Quando a maioria que elegeu o senhor Presidente finalmente tirar as suas conclusões, ninguém se safa e não fica pedra sobre pedra.
"Mudou o Governo, mas eu não mudei de opinião," acrescenta o PR. Percebemos, mas percebemos também que não é por coerência. É apenas o medo de que a maioria descubra finalmente a careca do presidente e a verdadeira natureza da sua "coerência".
4 comentários:
Este presidente que, há muito, está fora de prazo, não descansou enquanto os seus amigos não chegaram ao poder. Agora que estes lá estão e se preparam para a maior golpaça na história da democracia portuguesa, vem com lágrimas de crocodilo dizer que "já chega de sacrifícios"...
Como um personagem destes pôde ser reeleito, é algo que me escapa...
Não antevejo um futuro muito tranquilo e uma reforma confortável ao senhor de Boliqueime.
Isto é só o senhor presidente, tal como os ratos do navio, a abandonar o dito porque percebeu que o povo está descontente e quer apresentar-se como bonzinho. O pior é que com a memória curta do nosso povo ainda irá acreditar nele. Para tal muito contribuirá os elogios de instituições partidárias e sindicais que não regatearam comentários favoráveis à intervenção de sua excelencia
É verdade Silvestre. Mais patético que o discurso "social" de Cavaco Silva é a cavalgada feita por essas instituições partidárias e sindicais. Devo-lhe dizer que fiquei verdadeiramente indignado (a palavra está na moda...) quando ouvi isso. O homem tenta a redenção e os fariseus concedem-lhe a dita com cerimónia laudatória. É a bicheza...!
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