A actual crise, que desde 2007 afecta parte significativa do Mundo Ocidental, tem dado para tudo. Depois do "subprime", que teria estado na origem da crise financeira dos EUA, seguiu-se a crise económica dos países directamente afectados pela primeira e, actualmente, encontramo-nos na terceira fase, a da crise social que atinge milhões de cidadãos em todo o Mundo. Uma das zonas mais afectadas, depois dos Estados Unidos, é precisamente a zona Euro, onde Portugal está inserido.
Desde a desenfreada "especulação bolsista", às "famigeradas agências de notação", passando pelos "nervosos mercados" e as "populações a viverem acima das suas possibilidades", não têm faltado interpretações dos "amaciadores da opinião pública" que, diariamente, passam pelos canais da televisão a que vamos tendo direito. Depois dos economistas e dos politólogos, para não falar dos políticos em exercício, ninguém tem faltado à chamada. Ontem foi a vez de Freitas do Amaral.
Discursando num congresso de economistas, o que veio dizer esta pitonisa de serviço?
Que a crise, de contornos desconhecidos, é também culpa da falta de líderes europeus à altura das circunstâncias e que, neste contexto, o "falhanço" da Alemanha se deve à sua chanceler, a Sra. Merkel. A explicação, segundo Freitas, é simples e deve ser procurada nas origens reformadoras-cristãs de Merkel. Esta, educada na Alemanha de Leste, é uma luterana e, como é sabido, os luteranos professam uma fé que não conhece intermediários. Os pecados devem ser expiados na Terra, pois só nós somos responsáveis pelo nosso destino. Essa é a razão pela qual, países como a Grécia e Portugal, devem pagar pelos seus desvarios financeiros. Temos de ser punidos. Primeiro, pagar. Só depois poderemos ser ajudados. Esta é a razão que estará na origem da inflexibilidade alemã.
Freitas, como bom católico que é (pode sempre confessar-se e voltar a pecar) disse esperar ainda por um raio que caia literalmente em cima de Merkel e a ilumine de vez, única forma de sairmos disto...
Terei de consultar o Nostradamus, mas aposto que deve lá estar uma profecia parecida. Esta não lembrava ao careca!
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