2012/03/16

Onde se fala de outras interpretações para o conceito de volatilidade

A proposta de criação de uma comissão para averiguar o caso BPN, apresentada pelo BE, tinha como objectivo esclarecer todo este nebuloso assunto. Foi chumbada pela maioria, como se sabe. Seguiu-se-lhe uma outra de autoria do PS que, ao abrigo de procedimentos do Regimento da AR, não carecia de aprovação em plenário. Por isso, a maioria antecipou-se e propôs uma outra comissão, com um pequeno pormenor: remetia o início da sua entrada em funcionamento para depois de concluída a privatização.
O assunto causou, aparentemente, polémica. E, no final, depois de horas de discussão, no meio de alegadas ameaças de demissão e sentimentos de "crispação" entre os deputados, lá se criou uma única comissão.
Digo que o assunto causou "aparente" polémica porque, desconfiado como sou, fico com a sensação de que o consenso obtido ontem, as cedências feitas e a convergência de objectivos na criação de uma única comissão não passam, na realidade, de uma manobra para deixar tudo na mesma. O proto-evanescente caso BPN —a "maior fraude do século", como lhe chamam— é como o negócio da gasolina, segundo o presidente da Galp: volátil.
Em suma: much ado about nothing, para usar a imagem de Shakespeare...

1 comentário:

Carlos A. Augusto disse...

Uma crónica interessante de Fernando Alves sobre este tema...