2013/07/03

Obviamente, eleições!

Enquanto Passos Coelho voa para Berlim, tentando ganhar tempo para enfrentar um “imbróglio” do qual ele é um dos principais culpados (o outro é, obviamente, o Presidente da República), o país real comenta estupefacto a sucessão de acontecimentos das últimas 48 horas.
Parece cada vez mais claro que Gaspar, não só há muito desejava sair do governo (leia-se a sua carta de demissão), como já chegara à conclusão que a receita de austeridade imposta pela troika e que ele “alegremente” ia pondo em prática, não estava a dar resultados. Ou seja, apesar de todos os sacrifícios impostos aos portugueses e das promessas de um futuro melhor, esse futuro apresentava-se cada vez mais longínquo, qual “linha do horizonte” que se afasta à medida que dela nos aproximamos. Um problema insolúvel, como toda a gente - da esquerda à direita - previa e que ele, teimosamente, procurava contrariar com os seus modelos explicados em “powerpoint”. Perante uma situação de impasse, agravada pela recente “greve dos professores”, que o impediu de conseguir um corte nas despesas de 4.500 milhões de euros, imposto pela Troika, só lhe restava mesmo deitar a “toalha ao chão”.
Outro caso, completamente diferente, é o de Paulo Portas, o escorpião da fábula que, depois de ter sido levado para o governo, picou a rã (Passos Coelho) que lhe deu a mão. Contrariamente ao que algumas manchetes dos jornais escrevem, não foi Passos que amarrou Portas ao recusar a sua demissão, mas Portas quem tirou o tapete a Passos, tornando-o refém da sua estratégia de aranha. Um verdadeiro Maquiavel, o Paulinho, que nunca enganou ninguém, pois, como dizia o escorpião da fábula, a traição faz parte da sua natureza. Ele é mesmo assim e percebeu (a jogada é arriscada) que saindo agora, poderá tirar dividendos de uma provável vitória do PS em futuras eleições.
Uma coisa parece certa: o pais, os portugueses, não podem suportar mais esta gente calculista e impreparada que nos governa e devem exigir uma clarificação desta crise aos órgãos de soberania que os representam. Haja alguém que explique a Passos Coelho e a Cavaco Silva que este governo está morto e acabado, Acabou ontem e deve demitir-se ou ser demitido, para poderem ser convocadas novas eleições.

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