Ganharam o PS, a CDU e as Candidaturas Independentes. Perderam o PSD, o BE e, na Madeira, Alberto João Jardim. O CDS teve uma “vitória de Pirro” que Paulo Portas, como sempre, aproveitou para explorar demagogicamente.
Que destacar nestas atípicas eleições autárquicas?
Desde logo, o aparecimento de um número inusitado de candidaturas independentes, que contribuíram para o colorido da noite e devem ter servido para alertar os anquilosados aparelhos partidários. Neste capítulo, a vitória de Rui Moreira (Porto) foi, sem dúvida, a mais espectacular. Depois, o “pleno” na vitória do PS, que conquistou o maior número de votos, o maior número de câmaras, o maior número de vitórias por maioria absoluta (em Lisboa, Costa arrasou) e a presidência da Associação Nacional de Municípios. Com esta vitória do partido, Seguro não terá de temer pela sua contestada liderança.
Finalmente, o inesperado regresso da CDU, na sua maior votação desde a década de noventa e a reconquista de municípios importantes como Évora, Beja e Loures. A contestação às políticas do governo vão, certamente, continuar.
Restam, a copiosa derrota do PSD, em bastiões tão importantes como o Porto, Gaia e Sintra, apesar das vitórias em municípios relevantes como Braga e Guarda. Na Madeira, o “ciclo” João Jardim parece ter chegado ao fim, apesar do partido continuar a ser o mais votado na ilha.
Sobre a votação do BE, ainda que esta não tenha propriamente espantado (o partido nunca teve grande influência autárquica), os resultados de ontem foram maus de mais para serem escamoteados. Dificilmente, não haverá consequências a nível interno e da direcção.
Onde não se esperam mudanças, a avaliar pelas declarações de Passos Coelho na madrugada de hoje, é na política seguida por este governo. Logo, as medidas de austeridade, previamente anunciadas e combinadas com a Troika, são para aplicar. Onde nos levará esta política suicida de aluno cretino, não sabemos. Ninguém sabe. A começar pelo próprio primeiro-ministro.
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