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Os dados estão, agora, lançados. Ainda que as projecções apontem para uma vitória de Hillary Clinton, as surpresas de última hora, nos chamados "estados oscilantes", podem voltar a acontecer (lembramos que Al Gore perdeu as eleições contra Bush, apesar deste ter recebido menos votos). Depois de uma das mais "sujas" campanhas eleitorais de sempre, os americanos parecem ter, agora, dificuldade em escolher e o caso não é para menos. Entre um candidato populista, narciso, boçal, xenófobo, misógino e perigoso, que não hesita em estender a mão a ditadores como Putin e a elogiar personalidades como Farage; e uma candidata, ligada a escândalos vários, apoiada por Wall Street, pelas corporações, pela industria de armamento (e que nunca escondeu o seu belicismo durante o tempo em que foi secretária de estado) a escolha só pode ser a de um mal menor...
Descartado Bernie Sanders, o único candidato com um discurso político coerente, que nas suas intervenções sempre procurou elevar a discussão, trazendo para o debate os temas que realmente interessam, como o mercado global, o desarmamento, o emprego, as desigualdades sociais e os problemas climatéricos, nada de relevante parece ter restar dos candidaturas em presença. Por alguma razão, uma parte significativa da juventude americana apoiou a candidatura deste social-democrata a cheirar a socialismo, levada quase até ao fim da campanha, o que pode indiciar uma nova corrente dentro do partido democrata, caso este ganhe, como é (im)previsível.
Para os europeus, que não podem votar, resta assistir ao "big circus" americano sem muitas esperanças que as coisas melhorem. Ainda vamos ter saudades de Obama. E de Michelle, já agora.
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