De facto, só quem não o conheceu poderia fazer tal proposta, mas — e isso é o mais estranho — o presidente actual da SPA (José Jorge Letria) conviveu com o cantor e conheceu-o bem melhor do que a maior parte dos seus contemporâneos. Certamente, animado pelas "melhores intenções" (agora que se fala em transladar Mário Soares e Sá Carneiro para o Panteão), o comunicado da SPA adiantava que caberia à família de José Afonso a última palavra e assim foi. Entrevistada pela TSF, Zélia Afonso (viúva do Zeca), limitou-se a declarar o óbvio: que seria a família a decidir em conformidade. Como era expectável, a família emitiu um comunicado onde rejeitava a proposta, "dado que José Afonso nunca quis receber qualquer homenagem em vida e tinha deixado bem expresso onde queria ser sepultado (campa rasa no cemitério de Setúbal), pelo que seria cumprida a sua vontade."
Assunto encerrado?
Aparentemente, não.
Instado a comentar, José Jorge Letria, declarou que a opinião da família de José Afonso não era determinante para a proposta da SPA. Como?
Mas, esta história bizarra parece não ter terminado aqui. Hoje mesmo, algumas das reacções críticas à proposta da SPA, foram simplesmente "apagadas" das páginas do FB, com a alegação que os "posts" publicados não se enquadravam na política da textos seguida pela rede "online" (!?).
Ora, como não acreditamos em bruxas, mas continuamos a pensar que elas existem, só há uma explicação "lógica" para este desatino: alguém (quem?) denunciou os autores das publicações e o "algoritmo" censurou os textos. Outra hipótese, que não deve ser descartada, é a própria SPA ter sido a instigadora da censura. Não queremos acreditar, mas que é estranho, é.
Pelos vistos, José Afonso, apesar de morto, ainda incomoda muita gente. E isso é bom.
1 comentário:
fantástico!
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