Falar do 25 de Abril, nesta altura, leva forçosamente a ter de falar do SNS. Que nesta data fundadora pousa as suas raízes estruturais.
Nem quero imaginar o que teriam sido os últimos meses se não houvesse SNS. Fundado e assente, ainda hoje, num espírito de resistência e de visão da sociedade, que já tinha dado provas antes da data revolucionária. Lembro-me de ver pessoal da saúde, incluindo muitos estudantes de medicina de então, ajudando, como voluntários e contra as manobras, a inacção e a vergonhosa incompetência do regime de então, durante episódios como as cheias de 1967 (ver aqui). Lembro também a criação do Serviço Médico à Periferia, o seu papel revolucionário, que, penso, de alguma forma prenunciou a criação do SNS (ver aqui.)
Nesta altura da vida do País é bom lembrar a importância do SNS e a sua actuação durante esta crise. Uma actuação exemplar, reconhecida por muitos, mas talvez ainda não tão amplamente valorizada quanto seria justo que fosse. De tão mal tratado, o SNS banalizou-se. Porquê? Talvez a Democracia precise de dar uma resposta a esta pergunta.
É preciso repensar constantemente a Democracia. É fundamental sublinhar que o SNS é uma das mais importantes conquistas de Abril, incompatível, ou melhor, só possível, com a instauração da Democracia. Sem ela não haveria SNS. É bom lembrar isto.
25 de Abril sempre!
3 comentários:
Sempre! O SNS e o regime que o permitiu.
Completamente de acordo! A par do fim das guerras e da liberdade, fica-nos o SNS como maior conquista de Abril!
Sem dúvida. A par do fim das guerras coloniais e da liberdade, fica-nos o SNS como maior conquista de Abril.
Enviar um comentário