2009/10/01

Tango certificado

O Tango, em tanto que género musical, foi hoje considerado pela UNESCO património intangível da humanidade.
Uma notícia encorajadora para a candidatura do Fado a certificação semelhante, decisão que será conhecida no primeiro semestre do próximo ano. Independentemente do resultado, o mais importante é o trabalho de levantamento e classificação que vem sendo feito pela comissão portuguesa criada para o efeito, a qual reuniu um espólio documental e de gravações inéditas, até há bem pouco tempo completamente desconhecidas. E isso, em si, é bem mais importante.

11 comentários:

Anónimo disse...

Comparar o fado com o Tango, é comparar o Cristiano Ronaldo com o Postiga (joga no sporting). Daqui a pouco, está-me a dizer que o Jorge Fernando ou o não sei quantos são os nossos Piazzolas...
Você já ouviu alguma vez novo tango? Sabe o que é? Ou do tango só conhece aquela que até o Cavaco assobia?
Se conhece, como compará-lo com o fado? Acha mesmo que a "casa da mariquinhas" ou "os caracolitos" são a mesma coisa que "Milonga del Sur"? Você não será surdo?

Rui Mota disse...

Eu posso ser surdo, mas o anónimo não percebe o que lê. Dislexia?
Ninguém comparou aqui um género musical com outro. Obviamente que o Tango é muito mais rico do que o fado (musicalmente falando). O que eu escrevi é que, se a candidatura do Tango foi aceite, há grandes possibilidades de que a candidatura do Fado também o seja.
Mas, escrevi mais: que isso nem sequer é importante (não se trata de um certificado do Guiness). O que é mesmo importante é o trabalho que foi desenvolvido para a candidatura do Fado, o que permitiu inventariar milhares de documentos, gravações e depoimentos sobre o Fado que, de outra forma, provavelmente nunca teria sido feito.
A UNESCO não compara nada, mas limita-se a considerar as candidaturas à luz da sua representatividade nacional, da sua riqueza cultural e do risco do seu desaparecimento. Para além disso, deve existir um "corpus" homógeneo e suficientemente identificável para ser considerado genuíno. No caso do Fado, isso limitará a candidatura às formas clássicas do género (os estilos Maior, Menor e Corrido) também conhecidas por fado-fado ou fado castiço. Depois, há os fados tradicionais (que são cerca de 200) e que constituem o acervo central do género.
Voltando à música: não se trata de géneros melhores ou piores (tango versus fado) Como em tudo na vida, há fado bom e fado mau. No Tango, também.
Não percebe isso? Eu já tinha percebido que é de compreensão lenta...

Rini Luyks disse...

O filósofo José Gil tem razão: mais um anónimo (sem maiúsculo, pois é muito minúsculo) com medo de existir, mas sem medo de dizer disparates...:)

Anónimo disse...

Concordo com o Rui Mota. Foi disparate meu e obrigado pelo seu texto bastante claro e pedagógico. Já aprendi alguma coisa. Obrigado, uma vez mais.
Quanto à provocação baixa do sr.Rini (com este nome, mais vale ser anónimo...), eu também lhe cito outro filósofo, este com uma dimensão e um percurso de vida bem mais interessante do que José Gil; escreveu Sartre que "ser anónimo é a condição superiormente ontológica do ser e da vida; não o ser, é ser como o outro ser, cuja existência só é hermeneuticamente reconhecida por outro ser, que não ele".
O que é que o Rini quer? Que eu apareça na Caras ou na TVI?

Rini Luyks disse...

Não é bonito uma discussão entre visitantes em blogue alheio, mas o último comentário do "anónimo" exige uma resposta.
A minha "provocação baixa" provém duma irritação sobre o tom de conversa, empregado por este "anónimo" (que deve ser o mesmo do post "Sacanas sem lei" de 28 de Setembro, mas não o mesmo do post "Um marco histórico" de 24 de Setembro, complicado!): um tom de uma (também) baixa familiaridade.
Queria ver se este anónimo (ou se calhar deviamos aqui aplicar o neologismo: "onánimo"!?) tivesse a mesma "coragem" sem ter a cara tapada pelo anonimato! I don´t think so!
Trata-se duma versão do fenómeno chamado "não-inscrição" pelo já mencionado José Gil, podemos também chamá-lo "não-assunção" ou simplesmente covardice.
Sendo assim, a citação de Sartre sobre o anonimato "não dá gaivota com perdigota" (acho que se diz assim em português?), na minha terra (Holanda) diz-se: "Slaat als een tang op een varken" ("bate como uma alicate num porco!)!

Rini Luyks disse...

Ainda sobre o meu nome, "ó seu anónimo": ao contrário do que muitos portugueses podem pensar, "Rini" não tem nada a ver com o nome da pastilha contra a azia "Rennie".
É um diminutivo de "Marinus" (em latim) ou "Marino".
No ano 301 o diácono cristão Marino atravessou o Mar Adriático, vindo da Croácia, fugido da perseguição do imperador romano Diocleciano. Perto do actual Rimini, cidade do famoso cineasta italiano Federico Fellini (como é sem dúvida do conhecimento d'"ó seu anónimo"), ele fundou o pequeno estado San Marino, actualmente a mais antiga república constitucional do mundo (com constituição escrita, datada do ano 1600, fonte: Wikipedia).
Tenho por isso muito orgulho em ser o portador do nome que tenho.
Ser anónimo deve ser uma chatice, destino do pequeno-burguês rabugento, cujo único prazer é chafurdar um pouco na sua própria lama...

Anónimo disse...

Sr. Rini: não entendo, de todo, esse seu tom tão abespinhado e agressivo contra um pobre anónimo, que por aqui passa de quando em vez e que apenas emite as suas modestas opiniões. Coragem? Mas coragem para quê? Que eu saiba, Sr. Rini, os blogues não são nenhum campo de batalha, como parece que os flamengos gostam de transformar tudo em disputas bélicas. Nós por aqui somos pacificos, homem.
Quanto ao Sartre, é pena você não conhecer. Ficar-se pela filosofia barata de mestre Gil é muito pouco...
Quanto á referência ao filme "Sacanas sem Lei", desconheço por completo o que pretende.

Rini Luyks disse...

Chego à conclusão que é difícil conversar com anónimos...
Se este anónimo não é o anónimo do post de 28 de Setembro, peço desculpa, o estilo parecia-me o mesmo.
Mas a culpa também é dos anónimos, por que não dão a cara!?
Eu também sou pacífico!

Anónimo disse...

Não parece. E a tradição boer impõe sempre algum medo...

Rini Luyks disse...

Sou mesmo pacífico, só me descontrolo com os anónimos...mas como são anónimos ninguém fica ferido, é mais ou menos como Dom Quixote e as velas do moinho.
Como holandês não me orgulho dos nossos antepassados na África do Sul, mas por este caminho..."Que atire a primeira pedra, quem...".
Mas vá lá, diga por favor, é ou não é o mesmo anónimo do post de 28 de Setembro!?

Anónimo disse...

Nem do 28 de Setembro, nem do 11 de Março, e muito menos do 25 de Novembro. Abaixo a reacção!!