2011/01/10

Orgulho

Cavaco Silva foi ministro das finanças em 1980, presidente do Conselho Nacional do Plano em 1981, primeiro ministro de 1985 até 1995 e é presidente da república desde 2005. É, segundo se diz, o político actual com mais anos de vida pública no activo.
José Mourinho não precisou de tantos anos para mostrar serviço na sua área. Falando na sua língua, declarou-se hoje singelamente um "orgulhoso português", perante uma plateia internacional que premiou com um significativo galardão os resultados excepcionais que obteve graças às suas capacidades técnicas, de estratégia e de liderança da sua equipa.
Ao dizer-se "orgulhosamente português" Mourinho tem consciência de que nos revemos (eu revejo-me!) nos seus êxitos e neles encontramos um elemento mobilizador.
Cavaco não tem, na sua área e ao seu nível de actuação, resultados de que se possa vangloriar ao fim de tantos anos de exercício dos mais altos cargos públicos, a sua estratégia continua a ser sair de Boliqueime e a sua equipa é o que se sabe. Ao fim de todo este tempo, isolado e acossado, Cavaco consola-se com o seu auto-proclamado título de "reserva da nação" quando, na verdade, pôs a nação na reserva.
Dir-me-ão, treinador de futebol é treinador de futebol e político é político. Mas, por maioria de razão, deixo-vos então a pergunta: depois de tantos anos de actuação, ao mais alto nível, o que fica da acção de Cavaco que nos faça sentir "orgulhosamente portugueses" e que elementos mobilizadores contém? O que diz tudo isto dele? E de nós?

5 comentários:

Rui Mota disse...

Infelizmente, a (mais que provável) reeleição de Cavaco, diz mais de "nós" do que dele...

Carlos A. Augusto disse...

Sem dúvida! Alguém dizia há tempos que o que Cavaco tem de fazer é ir gerindo a campanha e tentando cometer o mínimo de asneiras. A vantagem deve ser grande, ou os portugueses estão ainda mais anestesiados do que a gente pensava. As asneiras são diárias e cada declaração do candidato é uma contradição gritante com o que disse antes, mas pelos vistos ninguém nota e Cavaco resiste. Uma lição para os estrategas das outras candidaturas...

Rui Mota disse...

O amadorismo é uma característica de todos os candidatos. Ainda ontem Alegre dizia que estava disposto a "parar" a sua campanha se Cavaco estivesse disposto a convencer o FMI a não "entrar" em Portugal. Um disparate pegado! Como bem explicou Cavaco, não é o FMI que vai ou não "entrar", é o Fundo Económico Europeu e este só entra a pedido do governo português. Se o "poeta" nem estas coisas básicas sabe, como pode ser ele presidente?

Carlos A. Augusto disse...

De facto nunca vi nada tão mau. Em abono da verdade devemos reconhecer que o que Manuel Alegre disse não foi isso. Ele falou em exercer influência junto dos outros chefes de estado europeus para quebrar esta presssão para aceitar a entrada do FMI. São coisas diferentes.
Ao que o chefe de Estado respondeu chamando ignorante ao seu opositor.
Está bem... Váa lá que não enfiou uma fatia de bolo rei pela goela abaixo enquanto dizia isto. Pelo menos fomos poupados ao espetáculo dos perdigotos...
Mas, de facto isto é tudo tão mau que acho mesmo que vai ganhar a abstenção. Seria um belo castigo merecido para todos e, sobretudo, uma derrota para o candidato Cavaco Silva e uma nódoa na sua reeleição. Talvez a única derrota possível. Ao derrotá-lo assim estaria a ser derrotado o Portugal que nele se revê. E ao derrotar desta forma esse Portugal ficaríamos a ver a laia dos que a ele se opõem...

António Maria Lourençopetobbledi disse...

O Candidato Alegre deve andar distraído, antes de afirmar àcerca da interrupção da candidatura já da Alemanha vinham notícias ao mais alto nível desmentindo a intervenção externa, mais um tiro no pé a juntar a outros. Quanto ao candidato Cavaco tem sido apenas mais do mesmo, logo não tenhamos dúvidas que uma cruz abrangente no boletim de voto será a melhor solução, salvo melhor opinião...