2011/06/02

Escolhas (a notícia boa e a notícia má)

A acreditar nos barómetros diários das diversas empresas de sondagens, o PSD já "descolou" do PS e só um cataclismo evitará a derrota dos socialistas. É certo que mais de 20% dos inquiridos continua "indeciso" e pode nem sequer votar. O que atiraria a percentagen dos votos nulos para uma fasquia de 40%. Mas, independentemente da contagem final, esta não deve afastar-se muito de um cenário em que a direita no seu conjunto (PSD+CDS) terá a maioria no parlamento. O que quer dizer que será um governo de direita a aplicar o programa da "troika".
Seria diferente se fosse o PS a ganhar as eleições? Não necessariamente. O PS não ganharia com maioria absoluta e nunca se aliaria aos partidos á sua esquerda. Na melhor das hipóteses, se o PS ganhasse as eleições, era obrigado a fazer uma coligação com a direita para poder governar.
Em qualquer dos cenários, o programa aplicado será sempre o do FMI. Resta saber se será a versão do Memorando 1 ou a do Memorando 2. Em caso de dúvida, a tradução portuguesa dos documentos é clara: o texto inglês é o oficial. Aquele que diz que a mudança de fundo é uma "major reduction".
Resumindo: nestas eleições há duas notícias, uma boa e uma má. A boa é que nos vemos livres de Sócrates. A má é que seremos governados por Passos Coelho. Logo, não é escolha votar em qualquer deles.

1 comentário:

Carlos A. Augusto disse...

É verdade, não há verdadeira escolha nestas eleições. O problema colocado (também aflorado pelo Rui Tavares num artigo inspirado intitulado"Duas Catástrofes", que mencionei aqui) é totalmente pertinente. Concordo com o benefício de nos vermos livres de Sócrates, mas eu, por mim, já não consigo esperar pelo momento em que nos vamos ver livres de Passos Coelho...
A menos que o jovem tenor tirasse um coelho da cartola. Olhando para o que se passa à sua volta, seria uma contradição em todo o caso...