2011/09/21

Mais medo que vergonha

O orçamento do MAI vai ser reforçado. O ministro justifica este reforço com malabarismos verbais que não podem deixar de dar vontade de rir. Mas, o que significa este privilégio em tempo de vacas magras?
Parece possível que este reforço revele apenas má consciência por parte do governo e medo do que aí poderá vir (com tantas alusões aos "tumultos", vindos de gente tão variada e insuspeita a sugerir e a quase legitimar a possibilidade da sua ocorrência, da Igreja Católica a Mário Soares, é estranho que ainda não tenham ocorrido de facto...). Mas, tendo em conta que o que aí poderia vir já deveria ter vindo e não veio, este brinde exclusivo às forças de segurança actua apenas como potente dissuasor de quaisquer veleidades futuras de mobilização, que, na prática, se tem revelado bastante pífia.
Porque, é verdade, não há tumultos, nem sequer contestação verdadeira às medidas assassinas que este governo vem levando a cabo. Muita conversa, mas pouca acção eficaz. Qualquer oposição séria ao rumo que o País tomou apanhará agora as forças de segurança —vítimas, elas próprias, dos desgovernos passados e do presente, que nunca deles deveriam ser instrumento— com o flanco menos desguarnecido.
Quem tem afinal medo da contestação?
O governo está muito (demais!) à frente!

3 comentários:

Anónimo disse...

Quando olho para a contestação na Grécia e vejo aquela polícia virada contra a população não posso deixar de ver ali traços de guerra civil, mais do que actuação legítima de forças de segurança...

Alberto Augusto disse...

Visitem
http://culturadoiro.wordpress.com/

Carlos A. Augusto disse...

Parece que os polícias andam indignados...