É paradigmático que o grande problema da vida nacional, a corrupção, tenha estado totalmente ausente do debate sobre o OE2012. Nem uma medida do governo, nem uma proposta da oposição. Nada! Trata-se, pois, de um tema tabu.
Se olharmos para os números da corrupção em Portugal, se nos recordarmos que há quem diga que a corrupção é a origem da presente crise, não podemos senão concluir que se trata de um problema central e que, nesse caso, o silêncio é estranho.
Enquanto o tema da corrupção não for discutido e o problema não for objecto de resoluções sérias é certo que este país nunca irá passar desta mediocridade permanente que a todos corrói.
Queria somente lembrá-lo aqui...
2 comentários:
Nem por acaso (foi mesmo coincidência!), ontem ficou-se a conhecer o "indice de percepção das populações" sobre a corrupção no sector público elaborado pela organização Transparência Internacional (procurem aqui.) Há duas coisas que me causam alguma perplexidade em relação a este índice. Em primeiro lugar, Portugal desceu neste índice desde há alguns anos. O facto de o lugar se ter mantido não constitui de todo motivo de satisfação, creio.
Em segundo lugar, e mais importante, trata-se de um "índice de percepção das populações" , ou seja, se as populações andam a dormir não percepcionam nada... Em Portugal, tudo o indica (ouça-se, por exemplo, a entrevista de Paulo Morais que eu citei neste post há dias) o fenómeno da corrupção parece ser bem mais grave do que esta classificação indicia. E não há medidas claras para travar este problema. Quem as propõe é maldito.
Ou seja: o povo português não percebe a gravidade da questão, ou então já se habituou de tal modo a ela que não a classifica como um problema. No entanto, os artigos e análises sobre este tema da falta de transparência nos negócios públicos, a corrupção, a "cunha" ou a "atençãozinha" sucedem-se. Há portanto aqui qualquer coisa que não joga bem...
E ler mais aqui http://www.jn.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=2160463
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